quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Motolância parada há quase dois anos. E era para agilizar socorro

Cinco motolâncias (motocicletas equipadas com equipamento de primeiros socorros, para atendimentos rápidos) do Serviço de Atendimento Móvel de Emergências (Samu) 192 continuam estacionadas na garagem desde que chegaram ao Estado, em abril do ano passado.

Os equipamentos vieram do Ministério da Saúde para dar mais velocidade ao atendimento; mas chegaram sem desfibrilador externo automático, cilindro de oxigênio e as mochilas necessárias para atender à população.

A situação é a mesma em outros Estados do país. Um documento obtido pelo jornal O Globo mostra que 400 motolâncias, adquiridas em 2008 por R$ 6 milhões, foram entregues pelo governo federal sem condições de salvar um infartado ou mesmo de auxiliar no primeiro atendimento a vítimas de acidentes de trânsito.

A Auditoria do Sistema Nacional de Auditoria (Denasus), órgão de fiscalização do Ministério da Saúde, aponta que a aquisição de motolâncias transformou-se em porta aberta para irregularidades. Também há suspeita de superfaturamento para a realização de evento em Brasília com o objetivo de promover o programa, além de pagamentos não explicados pelo trabalho de supostos consultores técnicos.

A coordenadora-geral do Samu no Estado, Engre Beilke, lamenta essa situação. "As motos chegaram há mais de um ano e até hoje não foram usadas, só para treinamento. E aqui é o Estado que custeia a maior parte do serviço, 71%, quando isso deveria ser dever do Ministério da Saúde", diz Engre.

Desde que as motolâncias chegaram, os 14 técnicos de enfermagem já foram treinados, mas permanecem sem poder utilizar as motos. "O Estado até está tentando reunir dinheiro para bancar isso, mas só o desfibrilador custa R$ 12 mil. O Ministério da Saúde diz que vai enviar até o fim do ano os equipamentos. Estamos aguardando".(Com informações de O Globo)


A Gazeta
Anny Giacomin
agiacomin@redegazeta.com.br